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Tô na Área #61: Do presente de Yuri Martins para conhecer o poker ao auge após 10 anos: Thomas König repassa a carreira e almeja mais

Jogador vive grande momento em 2024 e falou sobre pontos importantes até hoje

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Uma nova edição do quadro “Tô na Área” chega para os espectadores do mundo poker com mais um grande personagem como protagonista. No episódio #61, é o profissional Thomas König quem dá as caras, contando diversas histórias sobre sua carreira e compartilhando um pouco acerca dos seus pensamentos sobre o jogo.

Mesmo ainda jovem, König já tem muitas histórias para contar. E, antes mesmo da sua carreira começar, ele já estava envolvido com um dos maiores nomes do poker nacional em todos os tempos – mesmo que não soubesse disso naquela ocasião. Em um plot twist digno de cinema, König contou que foi Yuri Martins quem praticamente o fez se apaixonar pelo poker.

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A história completa você pode conferir abaixo, mas não é só ela que chama a atenção. Focado em ser o melhor, Thomas König abriu o jogo sobre o que espera de seu futuro e confessou que acreditar estar vivendo o melhor momento de sua carreira. Mas só por enquanto, já que ele tem almejado muito mais.

Recentemente, o jogador, que hoje defende as cores do 4bet, ganhou um título do SCOOP e também alcançou um feito de orgulhar qualquer jogador de poker online: conquistou uma Tríplice Coroa Online. Isso foi a cereja do bolo para coroar muito trabalho, como ele mesmo descreveu. Isso e muito mais você pode conferir no belo bate-papo abaixo.

Confira a entrevista completa com Thomas König para o quadro “Tô na Área”:

MP: Quem é Thomas Konig?

Thomas: Me chamo Thomas König, tenho 24 anos. Moro e vivo em Curitiba, lugar que tenho orgulho de morar. Me vejo como uma pessoa dedicada e muito esforçada, que não para e não desiste até o último torneio… Acordo todos os dias feliz demais e agradecendo por estar vivendo e trabalhando com algo que sempre sonhei, trabalhando quase todos os dias de 13h até 2h, 3h da manhã, folgando nas sextas e sábados. Me vejo vivendo a vida dos sonhos e todos os dias acordo motivado em busca de todos os meus objetivos. Ter metas e objetivos talvez seja algo que todos deveriam ter. Querer chegar a algum lugar onde você nunca esteve provavelmente vai te dar muito mais vontade de viver.

MP: O que você fazia antes do poker?

Thomas: Eu estudei no Bom Jesus, comecei Educação Física na PUC-PR (onde fiquei por oito meses antes de trancar e começar minha carreira no poker) e aos 18 anos cheguei a fazer telemarketing por 2 meses, acho que muita gente que conheço ainda não sabe disso (risos). Quando completei 18 anos eu queria ter meu próprio dinheiro para estudar e comprar cursos para melhorar no poker e ser um jogador muito bom ou pelo menos lucrativo, mas sempre com a mentalidade de um dia me tornar profissional.

MP: Quais pessoas são as suas inspirações?

Thomas: Meu sonho antes de conhecer o poker era ser o melhor jogador de futebol do mundo, por isso duas das minhas inspirações se chamam Lionel Messi e Pelé. Quando eu vi que já estava muito “velho” para almejar e buscar o topo no futebol, eu fui atrás de algo em que eu fosse “novo” para aquela área e que eu ainda conseguisse escalar até lá. Foi aí que o poker virou minha fixação.

MP: Como você conheceu o poker?

Thomas: Como eu conheci o poker é uma história curiosa. Eu tinha meus 13, 14 anos e todo ano vamos para a nossa casa na praia. Uma das minhas irmãs namorava e ela foi com o namorado nessa viagem em família, o ano era 2013 ou 2014. Lá a gente começou a ver esse namorado dela jogando poker e ele dizia que era o trabalho dele, mas a gente era inocente e não entendia nada. Só chamávamos as cartas que ele falava (risos). O tempo passou e ele me deu um livro chamado “ABC do Poker”. Eu achava entediante ler livros, mas esse livro eu simplesmente li ele 7x em 3 meses. Devo agradecer ao meu ex cunhado. E acho que todos aqui devem conhecê-lo… chama-se Yuri Martins Dzivielesvki, o “theNERDguy”, pois foi ele que me apresentou algo que eu vivo até hoje e sou muito feliz com meu trabalho.

MP: Quando e por quê decidiu virar profissional?

Thomas: Eu assistia um vídeo todo dia do André Akkari “como se tornar um jogador profissional de poker”. Eu não cansava de assistir, sempre assistia tendo a certeza que se eu seguisse aquele passo a passo todos os dias, me tornaria um profissional. Deu certo.

MP: Em que ponto você avalia a sua carreira hoje?

Thomas: Vejo minha carreira em ascensão, sou profissional há 5 anos mas, apesar disso, tenho certeza que é só o começo de uma carreira de sucesso e de quem vai buscar o topo por muito tempo.

MP: Qual você considera o seu grande momento até hoje?

Thomas: Eu acredito que tenha que listar dois grandes momentos que consegui até hoje. O primeiro foi dia no 26 de maio, exatamente um mês após eu ser dispensado de um grande time. Eu passo a jogar por conta e tenho meu “big hit” de US$ 16.449 na no Evento #41 de US$ 22 da Bounty Builder Turbo Series no PokerStars. O segundo grande momento foi conquistar a tríplice coroa com chave de ouro, algo que eu sonhava desde que virei jogador profissional.

MP: Você conquistou título no SCOOP do PS.ES e a sonhada tríplice coroa. Você acha que está vivendo o auge da sua carreira nesse momento?

Thomas: Sem a menor dúvida. O mês de abril foi o melhor de todos disparado, nunca obtive tanto profit em apenas um mês, com um ROI superior a 100%. Mas posso dizer que com certeza é o melhor momento da minha carreira *até agora*. Não estou nem perto do meu auge que está por vir nos próximos anos, mas estou muito feliz com os resultados que venho conquistando, agradeço muito a Deus por tudo isso que estou vivendo.

MP: Qual o maior sonho da sua vida no poker?

Thomas: É ser o melhor jogador de poker on-line do mundo, liderar o ranking por muito tempo e não sair do top 10 nunca. Esse é meu sonho, mas claro que também penso em um bracelete e um anel de título mundial… Conquistar a WSOP e o WCOOP são outros títulos sonhos que tenho em mente e vou atrás de tudo isso todos os dias. Vou trabalhar duro e me dedicar todo santo dia…

Confira o Episódio #67 do Poker de Boteco com Guilherme Decourt:

Jogador vive grande momento em 2024 e falou sobre pontos importantes até hoje

Jornalista, jogador de poker e apaixonado por esportes. Também gosta de viajar e vive para ser feliz, não necessariamente nessa ordem.

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Tô na Área #60: Milton Martini fala sobre início no poker, experiência no WPT Voyage e expectativa para estreia na WSOP

O jogador gaúcho é especialista em PLO

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O quadro “Tô Na Área” de entrevistas traz mais um jogador brasileiro que vem se destacando por bons resultados no cenário. Dessa vez, diretamente de Gravataí, no Rio Grande do Sul, o gaúcho Milton Martini, um experiente jogador de PLO 4/5 que sempre está presente nos principais circuitos brasileiros e resolveu contar um pouco sobre sua história.

Tricolor imortal, o fanático torcedor do Grêmio possui títulos e muitas mesas finais no KSOP GGPoker, além de ter brilhado no último BSOP Millions com dois resultados bem expressivos nos difíceis torneios de PLO da etapa. Com US$ 86 mil em premiações na carreira, Milton Martini recentemente estreou em terras estrangeiras com a participação em duas etapas do WPT.

Na Voyage, jogada durante um cruzeiro marítimo, ele conseguiu um vice-campeonato no Evento #09 de PLO para US$ 16 mil. Já na Seminole, que aconteceu em Hollywood, o gaúcho fez dois ITMs, que soaram como um “aquecimento” para a WSOP em Las Vegas. Milton Martini contou tudo isso em em uma bela entrevista ao Mundo Poker no quadro “Tô Na Área”.

“Sem dúvidas, é o sonho de todo jogador. Começo de junho já estou chegando lá para minha primeira WSOP, com uma grade já bem definida, focada em PLO mesmo. Estou muito motivado e preparado para buscar coisas grandes”, Milton Martini sobre a presença na WSOP em Las Vegas.

Milton Martini

Confira a entrevista completa com Milton Martini para o “Tô na Área”:

MP: Para começar, quem é o Milton Martini e como começou no poker?

Martini: “Sou uma pessoa que coloca Deus e a família acima de tudo. Um verdadeiro apaixonado por esportes e competições de alto rendimento, que achei no poker um caminho depois de ter tentado ser jogador de futebol até os 18 anos. Mega competitivo, humilde para ouvir e aprender, e disciplinado com aquilo que se propõe fazer e alcançar. Sei que tenho muito a evoluir como pessoa e profissional em vários âmbitos, mas estou buscando. O poker entrou na minha vida em 2015 através de alguns amigos em um homegame da minha cidade e, desde então, nunca mais saiu da minha vida”.

MP: Depois de muitos anos de carreira, iniciando no Texas Hold’em, você vem se destacando no PLO, como foi a transição para a modalidade?

Martini: “É bem curioso, na verdade a minha trajetória foi um pouco diferente da grande maioria dos jogadores, quando eu decidi me profissionalizar em 2019 apesar de já ter alguns resultados no Hold1em, foi em um período onde os meus resultados e ganhos já vinham 90% de cash game PLO5, então vendo um mercado novo e promissor o meu foco sempre foi PLO4/5 mesmo, seja cash, seja torneios. E segue assim até hoje!”.

MP: Você tem títulos importantes nos circuitos brasileiros, tanto no Omaha como no Hold’em, qual a emoção de deixar o nome marcado nesses eventos importantes?

Martini: “Cada conquista que a gente vai “desbloqueando” na carreira a emoção e o significado pessoal é muito grande me deixa orgulhoso da trajetória que estou construindo. Tudo começou nos torneios no Ypiranga Poker em 2015 , depois CGP, depois KSOP, BSOP e agora fora do país”.

Martini quando venceu o Prog KO do KSOP GGPoker RJ

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MP: Além dos títulos no KSOP, você é figura importante no CGP e sempre briga pelo título gaúcho. Almeja um dia alcançar o feito igual os amigos?

Martini: “Sinceramente nunca foi meu objetivo. Apesar de jogar quase todas as etapas e estar inserido no circuito, como eu falei meu foco principal são realmente os torneios de PLO, então acabo jogando os principais Hold’em e os PLO. Deixo esse ranking, e essa briga para meus grandes amigos Bruno Zika, e Juninho Medeiros, ficando com eles está em boas mãos”.

MP: Nos últimos dias, você participou pela primeira vez dos eventos WPT (Voyage e Seminole), poderia contar como foi a experiência?

Martini: “Sem dúvidas foi a minha melhor experiência já vivida através do Poker, o cruzeiro foi incrível, a WPT está de parabéns, juntou entretenimento, praias maravilhosas, com muito poker. Tudo que mais gosto! Consegui bons resultados como um vice-campeonato em um torneio PLO no Voyage e uma FT no Seminole também PLO, então deixa ainda melhor as memórias desses eventos”.

MP: Agora que estreou jogando nos Estados Unidos, veremos o Martini em busca dos braceletes na WSOP em Vegas?

Martini: “Sem dúvidas, é o sonho de todo jogador. Começo de junho já estou chegando lá para minha primeira WSOP, com uma grade já bem definida, focada em PLO mesmo. Estou muito motivado e preparado para buscar coisas grandes”.

MP: Pra finalizar, existem pessoas importantes na sua carreira, quer deixar algum recado pra elas?  

Martini: “Só agradecer mesmo, a minha namorada, minha mãe, minha irmã, todas as pessoas próximas e amigos que estão sempre na torcida, me motivando e compreendendo a ausência muitas vezes. Eles me apoiam nos momentos bons e ruins dessa carreira que não é nada fácil”.

Confira o Episódio #66 do Poker de Boteco com Thales Morelli:

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Tô na Área #59: Talita Alves fala sobre relação entre música e poker e surgimento na Twitch

A jogadora carioca está iniciando na Twitch e no mundo do poker

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Talita Alves

O quadro Tô na Área chega mais uma vez para abrir espaço e compartilhar histórias de um jogador que agrega muito à comunidade do poker brasileiro – ou, neste caso, uma jogadora. Talita Alves vem ganhando cada vez mais espaço com suas transmissões na Twitch e seus bons resultados nas plataformas online.

Adepta do jogo e da música, Talita nos concedeu uma entrevista para falar sobre suas inspirações, seu caminho no poker e a ligação com a música.

MP: Talita, pra começar, fala um pouco pra gente do seu primeiro contato com o poker?

“Meu primeiro contato com o poker foi na época do ensino médio. Eu fiz escola técnica aqui no Rio de Janeiro, e eu ficava o dia inteiro no colégio – o ensino médio era de manhã, a escola técnica era a tarde. Eu tinha um grupo de amigos e as vezes a gente matava aula, tenho que assumir [risos], mas nos intervalos, a gente tinha que arranjar alguma coisa pra fazer.”

“Eu sempre gostei muito de baralho. A minha família toda joga buraco em encontros, meus pais sempre armavam mesa de baralho, então foi quando surgiu a ideia de jogar baralho. Eu estudei no CEFET e lá eu engajei, a gente começou a jogar poker, apostava bem baixinho, só pra se divertir mesmo, mas foi aí que eu aprendi a jogar poker. Voltei a jogar poker bem depois já pelo PokerStars, mas eu era bem recreativa, jogava bem baratinho, novamente pra se divertir, mas de vez em quando acertava uma coisa ou outra”.

MP: E você comentou (em off) que começou acompanhando bastante a Twitch também!

“Eu conheci a Twitch através do YouTube, inclusive. Aqueles vídeos explicativos do Akkari, do Rafa Moraes, e aí descobri que tinham canais que transmitiam torneios ao vivo. Aí eu fui ver o famoso Raiz [Luiz Torres], fui acompanhando as transmissões dele, me divertindo um pouco, e a gente acaba se identificando um pouco com aqueles estouros que ele tem. E aí acabei indo procurar outros. Tinha a live do Mojave, da Lali – até me identificava bastante com ela por conta da figura feminina.

Hoje eu acompanho bastante a live do Pai do Nuts, que eu acho didático, vou assistindo e aprendendo junto, a live da Dani Feitosa – e, claro, agradecer a ela, que se hoje tenho um canal na Twitch, se deve a ela, que assisti a explicação dela. Acompanho a Carla [Marins] também!

MP: E streamer favorito, tem um?

“Não tem um favorito, não, mas se pudesse falar quem eu mais vejo, seria o Pai do Nuts, a Dani Feit e o Carmanhani, que via muito também. Ele me ajudou muito pra estudo de poker. Como recentemente eu comecei a estudar, eu via bastante a review de torneios dele. Eu fiquei até triste que tiraram os vídeos dele no ar, mas acompanhava bastante na Twitch também”

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MP: Como você faz pra conciliar o tempo entre o poker e a música? De alguma forma o poker te ajuda na carreira musical?

“Hoje eu já não faço música profissionalmente. Hoje é hobby, não é mais a minha principal fonte de renda, né? Vivi três anos de música quando eu estava em Florianópolis. Hoje eu faço por hobby e encontro com amigos. Na verdade, eu dedico bastante do meu tempo ao poker – praticamente 80% da minha renda vem do poker online, digamos, então trato isso como atividade profissional. E eu dou aula pra empresas também, mas isso também tá diminuindo, a ideia é parar de dar aula.

Eu sou especialista em produtividade, gestão do tempo, gestão de agenda, então isso me ajuda bastante com o poker. Pra jogar a gente tem que ter um mindset muito bom para aturar as bad beats, né? O modelo mental, concentração, foco, saber que é um jogo que a gente vai perder muito mais que ganhar, me ajuda bastante conhecer da psicologia humana.

Então eu acho que é o inverso: a carreira musical me ajuda no poker. Eu sempre fui uma pessoa muito alegre, positiva, de barzinho, e acho que eu trago isso para a Twitch, até em conversar com as pessoas mesmo, pra mim é uma apresentação. No mais, ajuda pra mim mesmo. A música também tem muita dedicação, muito estudo. Hoje eu tento fazer uma rotina de estudo, essa força de vontade, essa disciplina para estudar. Tem que ter coragem pra enfrentar esses desafios, assim como tinha pra sugerir tocar em algum restaurante. Acho que rola até a comparação entre poker e música com coisas que a gente não queria ir, mas não tem jeito”

MP: Talita, os resultados no destaque no seu Instagram são mais focados nos torneios online. Você prefere o online mais do que o live?

“Eu preciso confessar pra vocês que eu nunca joguei um torneio live! Tem seis, sete meses que eu vivo de poker como principal fonte de renda, né? Antes era mais estudo, aí comecei a ter bons resultados, mas fazia mais no tempo livre que eu tinha. Mas nunca me aventurei a jogar poker presencial. Até brinco que eu sou baixinha, pensava ‘eu tenho 1,53m, se eu chegar no lugar pra jogar poker, não sei se vai ter muita credibilidade’.

E eu sou muito emotiva nas lives também. Eu vou de 0 a 100 com uma mão de um jeito que é bem engraçado. No dia que eu for jogar live, eu preciso ir de máscara, óculos, boné, e acho que ninguém vai me reconhecer nessa poker face. Vai ser um desafio pra mim, mas quem sabe? Acho que eu vou adorar também”

MP: E sobre referências no mundo do poker, quais são as suas?

“Eu preciso confessar de novo! [risos]. Eu não tenho uma grande referência no mundo do poker, eu sou muito caloura mesmo. Mas não tenho uma grande referência. Eu admiro o Yuri [Martins], a disciplina que ele coloca e mostra nos vídeos dele, porém uma grande referência eu realmente não tenho.

Só que eu gosto muito da figura feminina no poker. Acho que é um espaço que a gente precisa conquistar mais, como vários na sociedade. Eu acho muito bonito sempre que eu vejo uma mulher tendo destaque no poker. É algo que a gente tem pra aplicar muito, principalmente a paciência, e é um universo que temos que explorar ainda mais como mulheres.”

MP: A última pra gente fechar: quais são seus objetivos no futuro envolvendo o poker?

“Eu até agradeço a pergunta. Eu estou num momento de transição, e eu encontro muita gente na Twitch que me fala isso. Eu quero me dedicar só ao poker, terminar minhas aulas, grindar mais vezes na semana… e aí no segundo semestre aumentar meu buy-in, né? Chegar ali perto dos US$ 5, dos US$ 11… e aí, quando perder o medo de viajar, perder esse medo do presencial e participar mais, conhecer a galera, interagir.

Eu tenho que conciliar a vida profissional com a vida pessoal: sou casada com uma moça linda, a gente tem um cachorro e um gatinho, mas ela não é do poker. Ela me entende, apoia bastante… vai ser um desafio conciliar essa vida com alguém que não é do poker, mas vai dar certo.”

Confira o Episódio #61 do Poker de Boteco com Camila Kons:

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Tô na Área #58: Nilton Leocadio conta trajetória persistente no poker até resultados de impacto no online

O paranaense teve Alexandre Gomes como um dos primeiros “padrinhos” no poker

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O quadro Tô na Área chega mais uma vez para abrir espaço para um jogador que recentemente brilhou no poker online. Nilton Leocadio satelitou o GGMasters de US$ 150 e terminou campeão do torneio para uma forra de quase R$ 60.000. Mas a estrada até esse big hit chegar foi bastante longa e cheia de curvas até esse momento especial.

Detalhista, Nilton contou tim-tim por tim-tim para o Mundo Poker. Para facilitar a leitura, separamos as falas do jogador profissional por tópicos específicos na ordem cronológica.

Primeiros contatos com o poker

“Cara, os meus primeiros contatos com o poker eu tinha ali por volta dos meus 16, 17 anos. Tinha a família de um amigo meu aqui da minha cidade que eles reuniam no fim do ano e brincavam. A família inteira deles jogava ali o home game e tal. Esse meu amigo, o Vinícius Saliba, hoje em dia faz parte do 4Bet Team. Foi através dele e da família dele ali que eu tive os primeiros contatos com o poker”

“E foi muito assim especial, porque logo quando eu comecei ali a brincar nos home game e tal, aí eu já criei uma conta no PokerStars. Depois eu depositei US$ 10. Na primeira semana que fui jogar cravei um torneio de US$ 2,20. Só sei que deu uma média de 1.000 jogadores e eu cravei. Acho que acho que pagou ali uns US$ 800, alguma coisa assim. E daí eu vi que aquilo ali era pra mim, né? Foi um amor à primeira vista que ficou pregado no coração, aqui na mente, até os dias de hoje”

História com Alê Gomes e a pior bad beat da vida

“Eu ganhei esse torneio aí no PokerStars. E daí, cara, eu simplesmente peguei, vendi meus dólares pro Alexandre Gomes. Ele sempre vinha pra minha cidade. Um dos melhores amigos dele da época era daqui de Tomazina, o Lelê. Os familiares dele são todos daqui. Tomazina é uma cidade pequena, tem 10.000 habitantes, então todo mundo se conhece. Eu sabia que ele (Alê Gomes) era doleiro, ele era referência no poker mundial. Uns 14, 13 anos atrás, ele era a principal referência do poker no Brasil, e se não do mundo, né? Vendi pra ir pra Curitiba jogar um circuito que era R$ 1.000.000 por R$ 250 na época. E também ia ter um High Roller de R$ 3.000. Eu já tinha uma graninha guardada, aí eu vendi mais esses dólares e fui pra Curitiba. Fui lá com os meus R$ 5.000 e eu falei, cara, eu vou enfrentar esses caras, né? Eu quero jogar esse torneio de R$ 3.000. Olha pra você ver a minha cabeça. Com 18 anos querendo jogar um torneio R$ 3.000.

Nesse evento, Nilton conseguiu uma bad beat enorme na semi FT de 88 contra KK, mas depois levou o que considera a pior bad beat da vida. No 5-handed, quando era segundo em fichas, se envolveu contra Alisson Pereira, o chip leader, de AKs contra KJs. O flop veio A52 rainbow, mas o adversário encontrou um runner runner milagroso com J no turn e J no river para deixar Nilton desolado. Ele ganhou algo em torno de R$ 26.000 a R$ 28.000.

“Agora vou vier disso aí, né. Eu lá com quase 19 anos, minha mãe e meu pai com uma pressão gigante em cima de mim para começar a faculdade, trabalhar em outra coisa”. A decisão foi seguir arriscando no poker. “Se eu tive capacidade de quase ser campeão no primeiro torneio ao vivo, se no meu primeiro online eu já cravei e tudo mais, eu achava que era o melhor. Então, começou a subir pra cabeça. Humildade zero ali na época. Aí eu quebrei, né? Esses R$ 28.000 viraram zero. Simplesmente comecei a jogar torneio caro e tudo mais, e veio a variância, me abraçou e eu perdi todo meu dinheiro”.

Resultado marcante e recomeço

“Eu entrei pra faculdade, comecei a fazer estágio na prefeitura aqui da minha cidade, deixei o poker de lado. Só jogava aos domingos, nos finais de semana. Quando eu tava no terceiro ano de faculdade, eu tava jogando no PPPoker. Ganhei uns torneios, fiz uma banca ali de R$ 7, R$ mil e daí comecei a jogar um pouquinho mais caro. Aí rolou um torneio de R$ 200 com add-on, que foi um torneio que pagou R$ 48 mil pro campeão. Eu precisava trabalhar 4, 5 anos na prefeitura para ganhar esse dinheiro”

“Eu tive uma chance de recomeçar fazendo diferente. Então cheguei e conversei com os meus pais, falei ó, agora eu ganhei aqui R$ 48 mil e assim, eu tenho que trabalhar 4, 5 anos para ganhar esse dinheiro, eu não vou desperdiçar meu tempo trabalhando em uma coisa que eu não quero, que é fazendo estágio na prefeitura, eu vou terminar minha faculdade porque vocês querem e eu vou terminar, beleza, mas agora eu vou voltar a viver do porco de novo. Aí eles ficaram loucos de novo”.

Nilton conheceu Thiago Cortez e foi indicado para o Midas Team, mas não conseguiu conciliar o time com o último da faculdade. Depois de formado, Nilton voltou a reencontrar Cortez. “Ele montou um time mais voltado para aplicativos”. Foram quase três anos nessa parceria com direito a um belo resultado de R$ 77.000 na Suprema. No meio do ano passado, o paranaense decidiu buscar se aventurar na carreira solo.

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Carreira solo

Logo no início, Nilton cravou um torneio na Suprema para R$ 104 mil e conseguiu começar a carreira solo de forma tranquila. “Hoje em dia eu grindo por conta própria. Comprei GTO Wizard, tenho grupo de estudo com alguns colegas que manjam muito de HRC. Tenho um grupo com uns meninos de Portugal também que eu conheci em Vegas. Pretendo não entrar para time nenhum nesse momento porque as coisas estão dando certo na minha vida e na minha carreira”.

Big hit satelitado na GGPoker.

Depois de uma downswing de três meses, Nilton abaixou alguns buy-ins. “Esse US$ 150 da GG, eu nunca tinha jogado ele dando o buy-in por conta própria, eu sempre tentava satélite pra ele. Não acho a estrutura tão boa. Peguei um satélite de US$ 15 e já puxei a vaga. Na quinta-feira eu fui pra Sorocaba passar um final de semana com a minha mãe, com a minha família, e meio que até esqueci desse torneio. Eu ia voltar embora no domingo cedo, já sabendo que eu ia grindar e tudo mais, mas assim, sabe, cara, foi surreal, porque eu satelitei o torneio, daí eu já tava jogando um average buy-in mais baixo. As coisas foram dando certo, foram dando certo, e a hora que eu me vi tava na FT, as coisas foram acontecendo, consegui tirar toda a pressão, a ansiedade em cima de mim. Eu pensava, tipo, se eu cair na bolha da FT desse torneio, não vai mudar nada pra mim, se eu cravar, também não vai mudar nada. A minha filha tá aqui, minha família tá aqui, no outro dia eu vou ter que ir pra academia igual, vou tirar os dias de folga igual, não vai mudar nada na minha vida, então comecei a focar nisso, a mentalizar muito isso, tirar toda essa pressão, jogar de lado, e daí as coisas foram dando certo”.

Nilton cravou o torneio e embolsou um belo prêmio de US$ 59.137 depois de acordo. “Repercutiu demais porque eu moro numa cidade minúscula. É até engraçado, ainda tem aquele preconceito, aquele olhar estranho pra você, aquele olhar torto, assim, de julgamento. Só que a minha família em si ficou muito feliz comigo. É o melhor momento da minha carreira”.

Relação com torneios ao vivo

“Eu gosto de jogar live, mas não viajo muito, umas duas vezes por ano no máximo. Meu foco é no online mesmo, ficar em casa, não é de se locomover, pegar carro, estrada. O torneio mais longe que eu cheguei do BSOP foi o Millions foi o que teve logo depois da pandemia. Fiquei em 38º e pagava R$ 1.200.000. Fiz 30 left no Winter Millions ano passado que o Felipe Sena foi campeão. Eu devo ter jogado umas seis ou sete etapas de BSOP e KSOP. Esse ano eu pretendo ir no Winter Millions, BSOP Millions e talvez Camboriú no KSOP”.

Os hobbies de Nilton

“Aqui na minha cidade tem muitas cachoeiras. Campo de futebol, society, campo de areia. Então eu gosto de jogar um societyzinho, um futebol de campo. Gosto de ir para a cachoeira, gosto de desbravar no rio. De fazer churrasco na beira do rio. De ir pescar de bote. Esse é o meu lazer aqui nas minhas horas vagas”

As referências dele no poker

“Eu não vou descartar o Alexandre (Gomes) porque ele foi quem acreditou em mim lá no começo e é meu amigo até hoje, a gente mantém contato, então ele é um dos meus ídolos no poker.  Além dele eu colocaria o Yuri (Martins). O Yuri é um cara sinistro, humilde, coração, ser humano sensacional, inclusive, eu jantei com o Yuri uma vez no BSOP que teve no Costão do Santinho. Ele é muito amigo do Thiago Cortes e eu também sou amigo do Thiago. Não sei nem se ele lembra de mim, mas o Yuri é meu ídolo, acompanho o trabalho dele. Eu sou fã também do Luciano Hollanda, do Midas, então o “Taradinho” também está junto nessa lista”.

Confira o Episódio #61 do Poker de Boteco com Camila Kons:

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