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Blog do Montanha de Cartas

Não deixe o seu ego destruir o seu castelo no poker. Você é sim o seu maior inimigo neste esporte da mente

Todo o trabalho de uma vida pode ser destruído por falta de autocontrole

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É amigo leitor, estou longe de ser um jogador vencedor no poker. Me dediquei infinitamente mais ao jornalismo do que ao jogo, mas sou um apaixonado por esse esporte da mente e muitas vezes nas minhas incursões em torneios, seja eles online, ou presencialmente, algo que me tira o sono é quando acabo constatando que perdi para mim mesmo.

As vezes é um erro bobo causado pelo cansaço, um blefe mal sucedido que claramente não iria passar, mas o pior é quando o meu ego acaba me sabotando. É difícil de fazer essa analise e constatar essa falha interna, mas sim, muitas vezes acabamos sendo eliminados de um torneio porque estamos ou com o ego inflado demais ou com ele machucado, algo que reflete em péssimas atitudes na mesa.

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Para o jogador de poker, o ego acaba se tornando o mesmo que os moinhos de vento para Dom Quixote. É algo como um inimigo invisível, mas brutalmente assassino. E olha, todo atleta desse nosso joguinho tem esse sentimento dentro dele. Os mais vencedores, geralmente conseguem controlar bem as atitudes e se tornam aquele jogador sólido, os verdadeiros cubos de gelo na mesa, mas eles são a grande minoria.

Neste cenário dos homens de gelo do poker, o Brasil ganha um destaque com o dono de dois braceletes da WSOP, Yuri “TheNERDGuy” Martins. Antes do curitibano se tornar uma verdadeira unanimidade no cenário mundial do esporte, ele venceu o LAPT Grand Final de 2015 em um heads-up épico contra Afonso Henrique.

Yuri é um dos jogadores que melhor controla as emoções no jogo

Quem acompanhou na época certamente se lembra que o adversário de Yuri tentou de todas as formas desestabilizar ele. Foram muitas falinhas, gestos, muitas vezes apelativos, mas “TheNERDGuy” permanecia imóvel, sem esboçar reação. No final, um abraço fraternal entre os dois selou a esportividade e Yuri ficou com o prêmio de R$ 650 mil.

Outro brasileiro que treina bastante o autocontrole é Alexandre Mantovani, o “Cavalito”. Ao lado da esposa, Thais Dresch, os dois militam no processo de treinamento mental do jogador de poker já algum tempo, tanto que criaram uma escola de poker voltada justamente para isso, a Poker Mind School.

EVITE ESSES ERROS

Uma mesa de um torneio de poker geralmente tem nove jogadores. Imagine você, um amador apaixonado pelo jogo, resolveu pagar o buy in de um grande torneio e acabou sentando na mesma mesa de um conhecido jogador.

Essa é uma das coisas que mais me atraem no poker. Em qual esporte do mundo você pode disputar uma partidinha com um craque, um profissional ou um campeão já reconhecido, mesmo você ainda dando os primeiros passos.

Pois bem, se um dia isso acontecer, não caia na tentação de tentar ganhar um pote importante desse seu ídolo apenas para contar no seu home game semanal o que aconteceu. A sua mesa tem pelo menos outros sete jogadores e não me parece uma atitude sensata jogar justamente contra o melhor. Segura a onda, ou melhor, segura o ego.

METAGAME

Você já deve ter ouvido falar de metagame ou level no poker. Isso é um fator bastante comum no jogo e pode ser extremamente perigoso. Depois de um histórico de mãos, os jogadores podem passar a imaginar o que o adversário pode estar armando ou pensando em uma jogada, e fatalmente muitas vezes as analises podem ser erradas e gerar erros gravíssimos.

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Tome muito cuidado com o metagame, seja ele no jogo ao vivo ou no online. Pegar birra de um determinado jogador é algo comum depois de horas na mesma mesa. Um fator que certamente não vai fazer bem para o jogo.

Quando estamos falando de poker presencial, muitas vezes diversos fatores externos podem contribuir para esse metagame e atrapalhar mais ainda. Seja porque o cara não para de comentar as jogadas, sempre dizendo o que foldou, ou porque possui uma risada espalhafatosa ou ainda porque não respeita o dealer ou os jogadores.

 NÃO RESGATAR HISTÓRICO DO PASSADO

As vezes no poker é importante não ter uma boa memória. Apesar de o número de jogadores crescer exponencialmente a cada ano uma coisa que percebo ao menos no field de torneios ao vivo de São Paulo é que quase sempre encontramos os mesmos atletas.

Ter uma boa memória é importante para definir precocemente a maneira de jogar dos adversários, no entanto relembrar bad beats sofridas não parece um bom negócio. Ficar remoendo o inevitável por semanas é algo dolorido e sem sentido, além disso, pode prejudicar o jogo futuro.

Com o ego machucado por conta de uma bad beat, você pode e vai acabar querendo descontar a dor que sofreu, procurando em outra oportunidade causar a mesma angustia no adversário e é aí que mora o perigo. Desse jeito, acabamos fugindo do nosso jogo normal, arriscando com mãos marginais e podendo colocar todo um torneio em risco.

NÃO EXISTE SEXO FRAGIL

Se você já acompanhou algum texto deste espaço sabe que a minha mulher é jogadora de poker, além de apresentadora do Baralho Pergunta. Foi ela quem me chamou a atenção para um erro comum do ego dos jogadores de poker homens.

A grande maioria deles não aceitam perder para mulher. Mesmo com grandes jogadoras de poker despontando todos os dias tanto no Brasil quanto no mundo, o machismo impera forte no nosso jogo.

É notório que muitos quando encontram uma jogadora do sexo oposto na mesa tendem a acreditar que elas são mais fracas, que vão acabar largando a melhor mão se forem agressivos nas apostas. Contudo, isso é um verdadeiro mito e vai acabar destruindo as suas chances de vencer um torneio.

Esses são alguns exemplos de quando o ego pode interferir no seu desempenho no poker. É fundamental prestar atenção no seu sentimento e esquecer que o poker é muito mais do que um esporte de estratégia e matemática. O fator humano sempre estará presente e é fundamental conhecer a si próprio e saber dominar os impulsos antes de tentar entender a mente do adversário.

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Opinião: qual o real valor de um bracelete online diante daquele obtido no presencial?

Até o momento o Brasil tem 14 braceletes, oito deles foram no online

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Que começo de WSOP Online para os brasileiros hein. Em duas semanas foram quatro títulos, além de varias traves. Não tem como não lamentar as medalhas de prata do Renan Bruschi e do Felipe Mojave. O embaixador da GGPoker inclusive atraiu milhares de espectadores no canal dele na Twitch durante mais de 12 horas de transmissão, eu fui um desses, invadi a madrugada de uma segunda-feira na torcida pelo papaizinho.

Mas todo esse sucesso tupiniquim gerou um debate que anda inflamando muitas transmissões, até mesmo as do MundoTV ou do programa Depois do River. Até que ponto o ganhador de um bracelete online pode se considerar campeão mundial? A joia conquistada de forma presencial vale mais do que a obtida atrás de uma tela de computador?

Esses dias ouvi um comentário muito interessante sobre o assunto do nosso editor-chefe, Ytarõ Segabinazzi. Ele disse algo mais ou menos no sentido de que o bracelete online é como se fosse o coelhinho da páscoa ou o papai Noel. Se a pessoa acreditar que ele vale um título mundial, então a conquista tem esse valor, do contrário, se torna folclore, ou apenas história.

Pode até parecer piada, mas o que disse o big boss do Mundo Poker é uma grande verdade absoluta, não tem como fugir isso. O valor histórico de uma conquista quem faz é o próprio ganhador e toda a comunidade. Só não dá para negar que existem diferenças cruciais entre um bracelete obtido em Las Vegas e outro no online.

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Uma vez um conhecido profissional do poker me apresentou uma comparação entre o jogo com o monitor, mouse e teclados e aquele que envolve o tradicional baralho de papel ou plástico, o barulho das fichas e crupiês uniformizados. Para ele o online era como se fosse o futsal e o live o futebol de campo. Os dois esportes são basicamente o mesmo, mas ninguém quer unificar os títulos conquistados nas quadras com os do gramado, não é mesmo?

Também é muito possível e provável um craque do futsal se dar bem também no campo, ou vice-versa. Uma coisa não foge da outra, tá aí o Erik Seidel faturando quase US$ 1 milhão no online e a maioria dos prêmios dele sempre foram no live. A evolução do jogo bateu na porta de todo mundo, ainda mais em tempos pandêmicos, o joguinho no computador se fez obrigatório para aqueles que vivem do baralho.

Contudo, não dá para negar o charme e o poder midiático por trás de uma WSOP presencial. A fantástica estrutura do Main Event, o salão lotado, as personalidades marcantes do esporte, os banners com os grandes campeões e aquele monte de notas em cima da mesa no heads-up formaram gerações inteiras de atletas da mente.

Não existe uma resposta certa para as questões desse texto. Não dá para tirar o mérito de quem forra pesado na WSOP Online. Eles são sim campeões mundiais. Mas como diz o Bruno Henrique do Flamengo, o presencial ainda é “oto patama”. No humilde ponto de vista deste que vos escreve cada um tem um valor distinto, mas todos são conquistas louváveis, ainda mais vindas de um país que ainda sofre preconceito com o poker.

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Confira o episódio #15 do Depois do River:

 

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Admirável mundo novo do poker. Uma utopia do nosso joguinho, inspirada no clássico livro inglês

O poker sem frustrações ou injustiças

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Montagem com a foto da série "Admirável mundo novo"

Atenção! Antes de começar a ler essas linhas é preciso um aviso. Esse texto é uma loucura total sem muito fundamento e obviamente não estou querendo mudar as regras do poker. O motivo de batucar essas palavras é apenas traçar um paralelo do nosso joguinho com o livro inglês “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley, publicado em 1932 e que recentemente ganhou uma série televisa disponível na plataforma de streaming Globoplay.

Esse inspirador romance se passa na fictícia Nova Londres no ano de 2.540. Uma sociedade distópica vive sem frustrações, com classes bem definidas, muita tecnologia e apenas duas regras: não existe privacidade e nem monogamia. A grande arma pra acabar com qualquer revolta ou sentimento ruim é o medicamento “soma”. Um simples comprimido e qualquer sentimento ruim evapora.

Imagina se tivesse esse tal “soma” em um torneio de poker? Os jogadores teriam que tomar um atrás do outro porque não existe atividade mais frustrante do que uma competição dessa. Já partimos do principio que a bolada mesmo quem vai ganhar é só um entre todos os atletas da mente inscritos e isso por si só já deixa o funil mais apertado impossível.

Só que até este momento tudo bem, faz parte, é normal, o campeão merece mesmo levar a grande fatia do bolo, mas e as injustiças que o baralho proporciona no meio do caminho? Para evitar o uso do “soma’, algumas regrinhas poderiam ser ajustadas no nosso joguinho e a primeira delas é polêmica.

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Obviamente no Texas Hold´em vence a mão aquele que formar a melhor combinação com cinco cartas, mas não dá uma raiva quando você tem três pares e o adversário só dois e mesmo assim ele ganha? Pra mim dá. Se tivesse “soma” eu tomaria logo uns três quando isso acontece, por isso chega! No admirável mundo novo do poker três pares vão sim ganhar de dois pares!

Ah e quando o assunto é frustração nada maior do que aquele all in pré flop onde você está na frente e acaba perdendo. Seja aquela mão que você tem 60%, 70% ou 80% de chances de ganhar. No final, tá lá, as cartas do adversário que tinha menor probabilidade de vencer deitam no feltro da mesa como se fossem facas no nosso peito.

Sacanagem! Para acabar com isso seria perfeito se essas mãos não existissem board. All in pré- flop desse novo jeito seria assim: mostram-se as cartas e acabou, quem tá na frente ganhou. Se for um coin flip honesto, daqueles QQ x AK divide as fichas e vai pra próxima rodada, chega de bad beat. No futuro vamos economizar muito “soma” jogando desse jeito.

Outra coisa que me irrita é aquelas jogadas onde todas as fichas vão pro centro da mesa e um tem A2 e o outro A3 por exemplo. Poxa, uma mão dessas tem que terminar empatado. É injusto alguém ganhar ou perder uma parada dessas. Segue a mesma dinâmica do coin-flip. Empate! Vamos jogar mais o pós-flop gente!

Tudo bem até admito que esse texto é coisa de queimado, mimimi de jornalista frustrado que não virou jogador de poker. Mas se for pra pregar um mundo mais justo que ele comece no nosso poker. Já pensou se o joguinho fosse assim? Será que ele seria tão apaixonante como é?

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O outro lado da notícia. Assista a entrevista do Blog Montanha de Cartas para a Rádio Poliesportiva

Projeto que promete dar voz a todos os esportes concede espaço ao poker

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No final do mês passado recebi um convite do jornalista Eric Filardi através da minha conta no instagram para dar uma entrevista. Se você que leu a frase anterior ficou surpreso, imagina como foi a minha reação.  De imediato a ideia pareceu no mínimo inusitada, afinal, estou acostumado a entrevistar e não a ser entrevistado. O que será que queriam ouvir de mim? Será que tenho uma história boa para contar? Quem são os loucos que queriam me entrevistar?

Tantas perguntas, mas vamos as respostas. A tal da entrevista que fui convidado era uma live da Rádio Poliesportiva, um projeto que promete dar voz a todos os esportes. Já vi muitos veículos de comunicação utilizar um slogan desses e não dar a mínima para o poker, mas dessa vez foi diferente. Só o fato deles darem espaço para alguém que trabalha com o nosso joguinho demonstra seriedade, por isso logo confirmei o bate papo, mas não demorou e veio a insegurança.

Trocar de lado assim não é uma coisa tão fácil. Acostumado a ficar do outro lado da notícia, relatar os fatos, entrevistar, editar, eu realmente não sabia o que estaria por vir e tenho certeza que não sou o melhor representante da imprensa do poker nacional para dar uma entrevista dessas. Aqui mesmo no Mundo Poker temos o nosso editor-chefe Ytarõ Segabinazzi e o Guilherme Schiff com muito mais bagagem no assunto do que eu.

Mas também não posso me desvalorizar, como me disse uma vez o Igor Federal, então presidente da CBTH, um tijolinho na história do poker eu coloquei. O Blog Montanha de Cartas existe há seis anos e contribuiu com a inclusão do nosso joguinho na TV aberta, quando eu ainda trabalhava na emissora paulista TV Gazeta.

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Também foi neste espaço que em 2019, relatei as aventuras nas Bahamas, onde estive a convite do PokerStars para cobrir o primeiro – e até o momento único – PSPC PokerStars Players Championship. Lá entrevistei o Daniel Negreanu, conheci Chris Moneymaker, jantei ao lado do Erik Seidel e acompanhei ali de pertinho a saga do Pedro Padilha, eliminado bem perto da mesa final daquele imenso torneio.

No ano passado, ao lado da Mayza Basso, criamos o Baralho Pergunta, uma série de entrevistas inovadoras onde os principais nomes do cenário do poker nacional passaram. Teve bate papo com o André Akkari, Felipe Mojave, Brunno Botteon, Leo Mattos, Carol Dupre, Milene Magrini e muitos outros.

Opa, então espera um pouquinho. História para contar eu tenho bastante. Sobre poker e jornalismo esportivo, afinal, além do Blog que escrevo por prazer, já passei por algumas redações, trabalhando sempre com o esporte e aprendendo com os melhores, como o mestre Michel Laurence.

E foi justamente nessa pegada de poker e jornalismo esportivo que fui surpreendido pela impecável condução do jornalista Gabriel Max na live da Rádio Poliesportiva na última segunda-feira (19). Em um clima bem descontraído contei as histórias desse espaço e da minha carreira no jornalismo.

Se você se interessou, confere o bate papo, dividido em duas partes.

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