O profissional Felipe Ketzer vive um momento espetacular no poker desde o último mês. Nome bem importante do cenário nacional, o jogador conquistou diversos títulos neste período, teve a melhor sessão de sua carreira entre esse tempo e chegou entre os melhores do mundo do poker online de acordo com o ranking do PocketFives. Ainda assim, no poker nem tudo é como se vê.

Antes de dar a volta por cima e conseguir tantos resultados significativos, Ketzer estava em um momento tenebroso. O profissional vivia uma downswing assustadora em sua carreira e os valores não eram nada comuns. O craque passou de um ferro de US$ 500 mil, um valor do qual é impossível não ficar mexido. Em entrevista para a MundoTV após um grande desempenho na WSOPC Series, o jogador falou sobre o período difícil.

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“Eu passei provavelmente pela maior downswing que eu tenho conhecimento. Talvez o pessoal do 9Tales possa ter algo assim por conta dos buy-ins caros, mas de perto, de quem eu conheço, nunca vi alguém pegar um ferro tão grande quanto esse. Em novembro, eu cheguei a um make up de US$ 509 mil dólares. Os torneios que estavam no topo da minha grade, de US$ 10 mil, não foram pro meu lado. Então ficou ‘fácil’ crescer tanto esse abismo”, explica.

Ketzer continua: “é um número super impactante, acho que provavelmente 99% dos jogadores não conseguiria lidar com isso. Eu vejo muito cara de time com make up de US$ 10K, US$ 20K, US$ 40K e o cara já desmotiva de maneira absurda, acha que não vai buscar, começa a duvidar da própria capacidade. A questão psicológica, do mindset, é uma coisa bizarra. Vários dias chegava a noite e não sabia o que fazer, só com vontade de chorar. Parecia que não ia passar nunca”, relata.

Mas o gaúcho não se deixou vencer. Com experiência e muito trabalho, ele deu a volta por cima. E, claro, os últimos hits foram importantes, mas ele também lembrou do importantíssimo “trabalho de formiguinha”: “quando eu tava nesse ferro, chegava no domingo 22h, tendo começado às 13h, eu registrava em torneio de US$ 250 que pagava “só” US$ 5 mil, 1% do valor total. E às vezes os caras com make up menor não querem pegar esses torneios. É fundamental essa parte. Se você se estudar e se esforçar, dá certo”, conta.

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Toda a dedicação valeu a pena. Num curto período de tempo, Ketzer conseguiu aniquilar os mais de US$ 500 mil, passou a viver uma fase espetacular e hoje está na terceira colocação entre os melhores do mundo do online. Ele também falou sobre isso: “estar em terceiro no PocketFives é uma ‘loucura máxima’. Eu não tava esperando, finalizei o ano passado em 30º. Eu até pensei em buscar o top 10 em 2022, mas não tinha data pra isso, não estava tão focado em grindar pesado pra buscar esse objetivo”, lembra,

Mas o craque explica que teve um estopim para a arrancada: “Meus amigos me provocaram e isso acabou motivando muito. Joguei muito bem um sábado, aí veio o domingo e fiz a melhor sessão da minha carreira, com US$ 260 mil de ganhos. Saí de 36º diretamente pra 8º, aí decidi que tinha que me dedicar de vez. Comecei a jogar todos os dias, tentei focar pra finalizar como primeiro do mês e acho até que ganhei. Agora tô em terceiro, os dois na frente são muito bons, mas tô muito feliz”, define.

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Confira o episódio #10 do Poker de Boteco:

Jogador gaúcho conseguiu superar e hoje se encontra na terceira colocação do PocketFives